sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

EM VERDADE



O santo não condena o pecador. Am­para-o sem presunção.

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O sábio não satiriza o ignorante. Escla­rece-o fraternalmente.

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O iluminado não insulta o que anda em trevas. Aclara-lhe a senda.

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O orientador não acusa o aprendiz ta­teante. A ovelha insegura é a que mais re­clama o pastor.

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O bom não persegue o mau. Ajuda-o a melhorar-se.

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O forte não malsina o fraco. Auxilia-o a erguer-se.

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O humilde não foge ao orgulhoso. Co­opera silenciosamente, em favor dele.

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O sincero a ninguém perturba. Harmoni­za a todos.

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O simples não critica o vaidoso. Socor­re-o, sem alarde, sempre que necessário.

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O cristão não odeia, nem fere. Segue ao Cristo, servindo ao mundo.

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De outro modo, os títulos de virtude são meras capas exteriores que o tempo desfaz.

AUTOCONHECIMENTO

Autoconhecimento


O autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar. Ao mesmo tempo, amplia a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, afim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência.


O autoconhecimento nos dá a habilidade de saber como e onde agem nossos pontos frágeis e até a quem atribuímos nossas emoções e sentimentos, facilitando-nos compreender melhor os que nos rodeiam. Caminhar no processo do autoconhecimento significa desenvolver gradativamente o respeito aos nossos semelhantes, impedindo que façamos projeções triviais e levianas de nossas deficiências nos outros.
Apenas quando tivermos um considerável conhecimento de nós mesmos é que poderemos ajudar efetivamente alguém. Se desconhecemos nosso mundo interior, como podemos transmitir segurança e determinação ou dar forças aos outros? O autoconhecimento requer constante auto-reflexão.
Muitos relacionamentos não dão certos porque as pessoas não olham para dentro de sim mesmas, não percebendo, assim, seus pontos vulneráveis e suas limitações. Quando atenuamos ou amenizamos as críticas a nosso respeito e a respeito dos outros, estamos assimilando de forma verdadeira as lições que o autoconhecimento nos proporciona.
Não são os grandes conflitos que tornam nossas relações (de negócios, de amizade, de família, conjugais) malsucedidas, e sim um conjunto de “insignificantes diferenças”, reunidas através de longo período de tempo. Cobranças, indelicadezas, petulância, insensibilidade, autoritarismo, desinteresse, impaciência, desrespeito – essas pequenas faltas no dia-a-dia podem destruir até mesmo as mais antigas e afetuosas convivências.
Embora não possamos perceber de forma clara e direta, lançamos na vida interpessoal pensamento e emoções inaceitáveis. Eles formam nosso lado escuro – aquela área do inconsciente que governa e, ao mesmo, dita as normas tanto nos confrontos desagradáveis com nos ímpetos de deboche e gracejos em nossos inúmeros relacionamentos.
Descobrimos o quanto nosso “eu oculto” esta em plena atividade quando rimos exageradamente de uma pessoa que escorrega na rua, ou que se equivoca diante de uma palavra, ou mesmo quando ela sofre algum tipo de comparação sarcástica com ponto “censurado” do seu corpo.
Nossa “área sombria” é uma região inexplorada e indomada que atua de forma imperceptível em nossas ações e atitudes. “Geralmente, é essa “área” que participa de nossas supostas brincadeiras” e influencia com precisão o tipo de palavras engraçadas e picantes que deveremos usar nas piadas chulas, nas expressões maliciosas e zombeteiras.
A mensagem subliminar desse nosso “mundo oculto” aparece quando nos horrorizamos com o comportamento sexual das pessoas, recriminando cruelmente raças, credos e grupo de “minoria”.
Os demônios, na idade média, e igualmente as bruxas e hereges simbolizaram brutais projeções de nosso desconhecido “lado escuro”. Suplícios e fogueiras, guilhotina e ferro em brasa são marcas que assimilam a história da humanidade com os ferretes da nossa crueldade inconsciente. É surpreendente como nossas tendências desconhecidas sempre arrumam uma forma de se “dourarem” de princípios filosóficos, redentores ou salvacionistas.
O desconhecimento de nossa vida interior profunda nos conduz ao vale da incompreensão de nossos sentimentos para com nós mesmo e para com os outros. “(...) os Espíritos foram criados simples e ignorantes (...) Se não houvesse montanhas, o homem não poderia compreender que se pode subir e descer, e se não houvesse rochedos, ele não compreenderia que há corpos duro. É preciso que ele conheça o bem e o mal (...)”1.
Projetamos nossa sombra quando “pegamos alguém para Judas”2, quando denegrimos e julgamos a sexualidade alheia nos dar conta dos próprios conflitos sexuais. Ela não somente se manifesta em um individuo, mas pode exprimir-se em um corpo social inteiro: nas perseguições raciais (nazismo, apartheid, ku klux klan e outros tantas) e nas chamadas “guerras santas” ou “religiosas”. Em outras circunstâncias, na repugnância e no ódio visivelmente explícitos e sem controle revelados por meio de palavras e gestos violentos; na aversão ou irritabilidade diante de certas reportagens publicadas pelos veículos de divulgação; nas atitudes de cinismo e nas mais corriqueiras situações e acontecimentos da vida social; e também nas projeções satíricas ou maliciosas em presença de pessoas consideradas “diferentes”. Já é tempo de não mais apontarmos o “cisco” no olho alheio.
Lembremo-nos de Jesus Cristo, o Notável Terapeuta de nossas almas, ao analisar os conflitos que atormentavam os seres humanos por não admitirem os diversos aspectos da própria sombra: “Assume logo uma atitude conciliadora com teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para não acontecer que o adversário te entregues ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão”3.
Nossos piores inimigos ou adversários estão dentro de nós, não fora. É imprescindível nos reconciliarmos com os opositores íntimos, ou seja, enxergar com bastante nitidez nosso “lado escuro”, para atingir paz e tranqüilidade de espírito.
Não somos necessariamente aquilo que parecemos ser. O autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber, de forma gradativa, tudo que necessitamos transformar. Ao mesmo tempo, amplia a consciência sobre nossos potenciais adormecidos, a fim de que possamos vir a ser aquilo que somos em essência.


1 – Questão 634
Por que o mal está na natureza das coisas. Eu falo do mal moral. Deus não poderia criar a Humanidade em melhores condições?

“Já dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes (115). Deus deixa ao homem a escolha do caminho; tanto pior pra ele, se toma a mau: sua peregrinação será mais longa. Se não houvesse montanhas, o homem não poderia compreender que se pode subir e descer, e se não houvesse rochedos, ele não compreenderia que há corpos duros. É preciso que o espírito adquira experiência e, para isso, é preciso que ele conheça o bem e o mal. Por isso, há a união do Espírito e do corpo (119).”

2 Nota da Editora

Expressões alusiva ao apóstolo Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus e que caiu na antipatia do povo. Até hoje, infelizmente, esse episódio é lembrado e o boneco que o representa e malhado e queimado no sábado de Aleluia, em praça pública.

3 Mateus. 5:25.

Fonte:

Livro: OS PRAZERES DA ALMA
Pelo espírito HAMMED
Psicografado por: Francisco do Espírito Santo Neto.
Páginas 61 à 64 Editora: BOA NOVA : www.boanovaonline.com.br

4-CADA QUAL


4-CADA QUAL

Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.- Paulo. I
CORINTIOS 12:4.


Em todos os lugares e posições, cada qual pode revelar qualidades divinas para a edificação de quantos com ele convivem. Aprender e ensinar constituem tarefas de cada hora, para que colaboremos no engrandecimento do tesouro comum de sabedoria e de amor. Quem administra, mais freqüentemente pode expressar a justiça e a magnanimidade. Quem obedece, dispõe de recursos mais amplos para demonstrar o dever bem cumprido. O rico, mais que os outros, pode multiplicar o trabalho e dividir as bênçãos. O pobre, com mais largueza, pode amealhar a fortuna da esperança e da dignidade. O forte, mais facilmente, pode ser generoso, a todo instante. O fraco, sem maiores embaraços, pode mostrar-se humilde, em quaisquer ocasiões. O sábio, com dilatados cabedais, pode ajudar a todos, renovando o pensamento geral para o bem. O aprendiz, com oportunidades multiplicadas, pode distribuir sempre a riqueza da boa-vontade. O são, comumente, pode projetar a caridade em todas as direções. O doente, com mais segurança, pode plasmar as lições da paciência no ânimo geral. Os dons diferem, a inteligência se caracteriza por diversos graus, o merecimento apresenta valores múltiplos, a capacidade é fruto do esforço de cada um, mas o Espírito Divino que sustenta as criaturas é substancialmente o mesmo. Todos somos suscetíveis de realizar muito, na esfera de trabalho em que nos encontramos. Repara a posição em que te situas e atende aos imperativos do Infinito Bem. Coloca a Vontade Divina acima de teus desejos, e a Vontade Divina te aproveitará.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

LIVRO FONTE VIVA


85-IMPEDIMENTOS

"Deixemos todo impedimento e pecado que tão de perto nos rodeia e
corramos com perseverança a carreira que nos está proposta".-
Paulo. HEBREUS, 12:1.

O grande apóstolo da gentil idade figura o trabalho cristão como sendo uma carreira da alma, no estádio largo da vida. Paulo, naturalmente, em recorrendo a essa imagem, pensava nos jogos gregos de sua época, e, sem nos referirmos ao entusiasmo e à emulação benéfica que devem presidir semelhante esforço recordemos tão,.somente o ato inicial dos competidores. Cada participante do prélio despia a roupagem exterior para disputar a partida com indumentária tão leve quanto possível. Assim, também, na aquisição de vida eterna, é imprescindível nos desfaçamos da indumentária asfixiante do espírito. É necessário que o coração se faça leve, alijando todo fardo inútil. Na claridade da Boa Nova, o discípulo encontra-se à frente do Mestre, investido de obrigações santificantes para com todas as criaturas. As inibições contra a carreira vitoriosa costumam aparecer todos os dias. Temo-Ias, com freqüência, nos mais insignificantes passos do caminho. A cada hora surge o impedimento inesperado; É o parente frio e incompreensivo. A secura dos corações ao redor de nós. O companheiro que desertou. A mulher que desapareceu, perseguindo objetivos inferiores. O amigo que se iludiu nas ilhas de repouso, deliberando atrasar a jornada. O cooperador que a morte levou consigo. ’ O ódio gratuito. A indiferença aos apelos do bem. A perseguição da maldade. A tormenta da discórdia. A Boa Nova, porém, oferece ao cristão a conquista da glória divina. Se quisermos alcançar a meta, ponhamos de lado todo impedimento e corramos, com perseverança, na prova de amor e luz que nos está proposta.

terça-feira, 5 de agosto de 2008






"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade".
"Todos os Espíritos estão destinados à perfeição, e Deus lhes fornece os meios de alcançá-la por meio da reencarnação"."Fora da caridade não há salvação".



Mensagens do CD Momento Espírita Vol. 6 (16) faixas
Mensagens do CD A Prece Segundo Os Espirítos (11) faixas
Mensagens do CD Momento Espírita Vol. 7 (8) faixas

Ouça mensagens ou oração clicando na figura ou em um dos links acima!

Do site O Espiritismo!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Evangelho Segundo o Espiritismo


CAPÍTULO XI

AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Parábola dos credores e dos devedores. - Dai a César o que é de César. - Instruções dos Espíritos: A lei de amor. - O egoísmo. - A fé e a caridade. - Caridade para com os criminosos. - Deve-se expor a vida por um malfeitor? O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Parábola dos credores e dos devedores

1. Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” - Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.) 2. Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
2. Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap.VI, v. 31.)

3. O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. - Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez miltalentos. - Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. - O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” - Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. - Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulálo, dizia: “Paga o que me deves.” - O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” - Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia. Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. - Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. - Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia. É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S.MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)
4. "Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.
Leia mais sobre esse assunto no Livro;

LIVRO FONTE VIVA


85-IMPEDIMENTOS

"Deixemos todo impedimento e pecado que tão de perto nos rodeia e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta".- Paulo. HEBREUS, 12:1.

O grande apóstolo da gentil idade figura o trabalho cristão como sendo uma carreira da alma, no estádio largo da vida. Paulo, naturalmente, em recorrendo a essa imagem, pensava nos jogos gregos de sua época, e, sem nos referirmos ao entusiasmo e à emulação benéfica que devem presidir semelhante esforço recordemos tão,.somente o ato inicial dos competidores. Cada participante do prélio despia a roupagem exterior para disputar a partida com indumentária tão leve quanto possível. Assim, também, na aquisição de vida eterna, é imprescindível nos desfaçamos da indumentária asfixiante do espírito. É necessário que o coração se faça leve, alijando todo fardo inútil. Na claridade da Boa Nova, o discípulo encontra-se à frente do Mestre, investido de obrigações santificantes para com todas as criaturas. As inibições contra a carreira vitoriosa costumam aparecer todos os dias. Temo-Ias, com freqüência, nos mais insignificantes passos do caminho. A cada hora surge o impedimento inesperado; É o parente frio e incompreensivo. A secura dos corações ao redor de nós. O companheiro que desertou. A mulher que desapareceu, perseguindo objetivos inferiores. O amigo que se iludiu nas ilhas de repouso, deliberando atrasar a jornada. O cooperador que a morte levou consigo. ’ O ódio gratuito. A indiferença aos apelos do bem. A perseguição da maldade. A tormenta da discórdia. A Boa Nova, porém, oferece ao cristão a conquista da glória divina. Se quisermos alcançar a meta, ponhamos de lado todo impedimento e corramos, com perseverança, na prova de amor e luz que nos está proposta..

CONHECENDO O ESPIRITISMO.


A GÊNESE
SEGUNDO O ESPIRITISMO
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CAPÍTULO I

CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA

1. - Pode o Espiritismo ser considerado uma revelação? Neste caso, qual o seu caráter? Em que se funda a sua autenticidade? A quem e de que maneira foi ela feita? É a doutrina espírita uma revelação, no sentido teológico da palavra, ou por outra, é, no seu todo, o produto do ensino oculto vindo do Alto? É absoluta ou suscetível de modificações? Trazendo aos homens a verdade
integral, a revelação não teria por efeito impedi-los de fazer uso das suas faculdades, pois que lhes pouparia o trabalho da investigação? Qual a autoridade do ensino dos Espíritos, se eles não são infalíveis e superiores à Humanidade? Qual a utilidade da moral que pregam, se essa moral não é diversa da do Cristo, já conhecida? Quais as verdades novas que eles nos trazem? Precisará o homem de uma revelação? E não poderá achar em si mesmo e em sua consciência tudo quanto é mister para se conduzir na vida? Tais as questões sobre que importa nos fixemos. 14
2. - Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar, do latim revelare, cuja raiz, velum, véu, significa literalmente sair de sob o véu - e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. Em sua acepção vulgar mais genérica, essa palavra se emprega a respeito de qualquer coisa ignota que é divulgada, de qualquer idéia nova que nos põe ao corrente do que não sabíamos. Deste ponto de vista, todas as ciências que aos fazem conhecer os mistérios da Natureza são revelações e pode dizer-se que há para a Humanidade uma revelação incessante. A Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a Geologia revelou a formação da Terra; a Química, a lei das afinidades; a Fisiologia, as funções do organismo, etc.; Copérnico, Galileu, Newton, Laplace, Lavoisier foram reveladores.
3. - A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe revelação. Toda revelação desmentida por fatos deixa de o ser, se for atribuída a Deus. Não podendo Deus mentir, nem se enganar, ela não pode emanar dele: deve ser considerada produto de uma concepção humana.
4. - Qual o papel do professor diante dos seus discípulos, senão o de um revelador? O professor lhes ensina o que eles não sabem, o que não teriam tempo, nem possibilidade de descobrir por si mesmos, porque a Ciência é obra coletiva dos séculos e de uma multidão de homens que trazem, cada qual, o seu contingente de observações aproveitáveis àqueles que vêm depois. O ensino é,
portanto, na realidade, a revelação de certas verdades científicas ou morais, físicas ou metafísicas, feitas por homens que as conhecem a outros que as ignoram e que, se assim não fora, as teriam ignorado sempre.
Leia a continuação no livro